VOLNEI GARRAFA – CANDIDATO A REITOR

HISTORICAMENTE IDENTIFICADO COM A UnB; ACADÊMICO RECONHECIDO INTERNACIONALMENTE.
PERMITAM APRESENTAR-ME aos que não me conhecem.

Sou um brasileiro-gaúcho-brasiliense com 62 anos de idade, 35 dos quais totalmente dedicados à UnB. Afastei-me somente por dois anos, para um período de pós-doutorado na Universidade de Roma (1991-93). Descendente de emigrantes italianos (Caraffa e Baracca) e suíço-alemães (Vontobel e Stumm) - com uma bisavó mestiça no meio, mistura de negra com índia charrua - todos de origem humilde e trabalhadora, sou orgulhoso de minha condição de servidor público desde sempre, inicialmente na Faculdade de Medicina da USP (como residente em Cancerologia Oral, 1969-70), depois na UNESP (1971-73) e a partir de 12 de julho de 1973 – mais de metade de minha vida – na UnB.

Sinto-me hoje um professor e pesquisador feliz e integralmente relacionado à Instituição que escolhi para trabalhar. Desculpem-me dizer, não é vaidade, apenas orgulho: sinto-me fazendo parte de um grupo autêntico de pessoas que são a cara da UnB. Uma UnB de resistência histórica, independente, autônoma, competente e que hoje - mais do que nunca - deseja e precisa olhar com cuidado e carinho para seu futuro.

Nesta mensagem que dirijo aos estudantes, funcionários e professores, estou à vontade para manifestar meu grande desejo em vir a merecer a confiança da comunidade e alcançar o honroso cargo de Reitor. Sinto-me maduro para isso:

- como cidadão brasileiro, cônscio de meu papel pessoal e público;
- como ser social, defensor intransigente de um Estado laico e democrático, que estimule firmemente o respeito à pluralidade de visões morais;
- como gestor responsável, apto a lutar com rigor ético pelo respeito à “coisa pública”, pelo aumento do orçamento da UnB acompanhado de rigoroso controle dos gastos, além da distribuição justa e equitativa dos recursos;
- como dirigente sindical e de diversas entidades científicas ao longo da vida, aberto e preparado para o diálogo - por mais exaustivo que seja - na busca do consenso;
- como professor que jamais abandonou a sala de aula, seguro no seu papel de educador, seja na graduação ou na pós-graduação;
- como pesquisador, seguindo o rigor e a glacialidade da ciência na busca da verdade acadêmica, tendo claro meu papel na construção de uma ciência livre de amarras, mas absolutamente comprometida com a sociedade, razão de sua existência.

Nossa UnB acaba de passar por momentos difíceis. Estamos atravessando um período delicado, uma espécie de pós-operatório cirúrgico que ainda exige muitos cuidados, serenidade e, principalmente, experiência na condução do processo. Não existe uma receita mágica, além da utilização parcimoniosa do compromisso público, de trabalho, dedicação e muita – muita – seriedade na condução cotidiana da administração.

Neste sentido, minha proposta é de que a próxima gestão acadêmica e administrativa da UnB vá além de ampliar de modo estimulante os caminhos já abertos pelos nossos Programas de Pesquisa e Pós-graduação e consolidar uma saudável expansão socialmente comprometida pelas cidades satélites. A próxima gestão deve ter um olho fixado exteriormente na indispensável contemporaneidade do mundo globalizado; e o outro, especialmente dirigido para dentro de casa. Ou seja, cuidando da institucionalização e da humanização necessária e indispensável para que a UnB seja, permanentemente, um lugar agradável para estar, prático e efetivo para estudar, útil e estimulante para quem nela trabalha e vive. Um lugar onde pessoas social e ideologicamente plurais tenham condições plenas de conviver com seus diferentes, em um ambiente de respeito e cordialidade, não abandonando jamais a inquietude e o confronto de idéias indispensáveis ao verdadeiro ambiente acadêmico.

Desejo uma UnB efervescente, mas organizada; aberta, mas segura; generosa, mas exigente.

Parafraseando Thiago de Melo, “não tenho caminho novo; o que tenho de novo é o jeito de caminhar”.

É agora, UnB! Vamos nessa!!!